Segue uma notícia que saiu na Veja (versão digital de 23 de março de 2011), relatando um estudo publicado na revista Science, sobre a descoberta de vestígios que indicam que o povoamento da América começou há mais tempo do que muitos imaginaram. Na verdade, a datação mais antiga vem sendo proposta por pesquisadores há décadas, mas parte da comunidade acadêmica, sobretudo estudiosos dos EUA, insistia em uma datação mais recente. As descobertas citadas na reportagem reforçam os argumentos dos defensores do povoamento mais antigo. Outra observação: o texto fala de uma “civilização” que teria chegado há mais tempo na América. Naturalmente, o termo civilização, neste caso, está sendo usado como sinônimo de uma cultura material e não no sentido de uma sociedade complexa com cidades e Estado, como se costuma considerar.
Homem já ocupava América do Norte há 15.500 anos
Ferramentas achadas no Texas são 2.500 anos mais antigas que os vestígios dos humanos de Clóvis, conforme estudo publicado na 'Science’
O homem chegou à América do Norte 2.500 anos antes do que se pensava, de acordo com um estudo publicado no periódico americano Science. Cientistas da Universidade Texas A&M analisaram mais de 15.000 objetos de pedra encontradas a 65 quilômetros de Austin, no Texas (EUA), e estimaram que foram feitos há 15.500 anos. Até agora, a evidência mais antiga da ocupação humana na América do Norte era o sítio arqueológico de Clóvis, no estado do Novo México (EUA), onde foram encontrados vestígios de uma civilização que teria cruzado o Estreito de Bering, da Ásia à América do Norte, há 13.000 anos.
Os 15.000 objetos foram encontrados abaixo da camada de terra comumente associada ao período dos humanos de Clóvis. Para o arqueólogo Michael Waters, chefe da pesquisa, o achado é a indicação de que existiu uma civilização (sic) mais antiga do que se pensava na América do Norte. "A descoberta nos desafia a repensar como ocorreu a colonização do continente americano", disse o cientista, em entrevista ao jornal inglês Guardian.
A maior parte dos objetos encontrados são os restos da fabricação e manutenção de outras ferramentas. Contudo, "mais de 50 são ferramentas propriamente ditas", disse Waters. De acordo com o arqueólogo existem objetos que aparentam ser projéteis e outros que foram feitos com o propósito de raspar e cortar. Os cientistas acreditam que as ferramentas eram pequenas para que pudessem ser levadas com facilidade para outras localidades.
Embora os objetos sejam diferentes da cultura Clóvis, Waters acredita que os dois sítios arqueológicos podem ter ligação. "A civilização que produziu os objetos que encontramos teve tempo suficiente para aprender a construir objetos que hoje reconhecemos como sendo da cultura Clóvis", disse. "Acho que passou da hora de formularmos um novo modelo para o povoamento das Américas", afirmou o arqueólogo.
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