O MÉXICO
A INDEPENDÊNCIA DO
MÉXICO (1810-1821)
O movimento de independência do Vice-Reino da Nova Espanha (México) foi iniciado por uma revolução camponesa de índios e mestiços liderados por Hidalgo e Morelos. Contudo, a independência só triunfou quando contou com o apoio dos criollos, liderados por Iturbide.
1810-
1815-
MEIO SÉCULO DE INSTABILIDADE POLÍTICA (1823-1876)
Com
sua independência e o fracasso da monarquia de Itúrbide, o México passou quase
meio século mergulhado na instabilidade política caracterizada por golpes de
Estado, guerras civis e violentas disputas entre liberais (defensores de um
Estado laico e da isonomia) e conservadores (defensores da união Estado-Igreja
e de foros ou tribunais especiais para o clero e militares). Consequentemente,
esse quadro instável atrasou o desenvolvimento econômico mexicano, aumentando a
pobreza no país, além de deixar o México enfraquecido e vulnerável a ataques e
invasões estrangeiras, resultando em perda de territórios para os EUA.
1830-1855. Predomínio dos conservadores.
Destaque
para o governo autoritário do general Antonio
López de Santa Anna, presidente em várias ocasiões em 1833-1855. Foi nessa
época que o Texas separou-se do México e o país perdeu territórios para os EUA
na Guerra de 1846-1848.
1854-1855. Revolução de Ayutla. Revolução
liberal liderada por Benito Juarez
contra Santa Anna, que foi derrubado.
1855-1857.“La Reforma ”. Reformas
liberais que tentaram modernizar o México e desenvolver o capitalismo:
abolição
dos foros (tribunais especiais) clericais e militares;
educação
secular;
as
terras comuns das comunidades aldeãs indígenas (ejidos) foram transformadas em pequenas propriedades privadas
camponesas. Objetivo de criar uma camada de pequenos proprietários prósperos
para dinamizar a agricultura. Fracassou: camponeses empobrecidos venderam ou
perderam suas terras para os
latifundiários, que foram beneficiados;
Constituição
de 1857: Estado laico, liberalismo
1857-1861. Nova guerra civil entre liberais
e conservadores. Radicalização
dos liberais (1859): nacionalização/confisco das terras e outros bens da
Igreja. Liderados por Juarez, os liberais venceram a guerra civil.
1861-1872. Governo de Benito Juarez. Crise financeira
e moratória da dívida externa. Em
represália, França, Grã-Bretanha e Espanha atacaram o México. Os conservadores fizeram aliança com
a França (Napoleão III) pela qual os
franceses invadiriam o México para impor uma monarquia com um rei europeu,
apoiada pelos conservadores e protegida pelo exército francês. Para Napoleão
III, que desejava estabelecer a hegemonia da França na América Latina, foi uma
oportunidade única porque os EUA estavam em guerra civil e não poderiam aplicar
a Doutrina Monroe. De acordo com o projeto francês-conservador, o México seria uma espécie de
“semicolônia” ou dependência da França. Os franceses invadiram o México (1862),
mas Juarez escapou e organizou uma guerrilha com apoio dos EUA.
1864-1867. Monarquia do imperador
Maximiliano I Habsburgo. Maximiliano não aboliu as reformas liberais, perdeu
apoio dos conservadores e não conseguiu apoio dos liberais. A França acabou
retirando suas tropas por causa das pressões dos EUA (com o fim da guerra
civil) e a ameaça de guerra na Europa. Juarez e os liberais recuperaram o poder, derrubaram a monarquia e executaram
Maximiliano.
O “PORFIRIATO”: GOVERNO DO GENERAL
PORFÍRIO DIAZ (1876-1911)
Depois
da morte de Juarez (1872), a luta pelo poder continuou até o general Porfírio Diaz (um dos heróis nacionais
na guerra contra os franceses) conseguir ser eleito presidente. Diaz instalou
um governo autoritário influenciado pelo positivismo (ideal de um governo forte
ou ditatorial capaz de modernizar o país). Por meio da força, corrupção e
manipulação de eleições, Diaz perpetuou-se no poder, assegurando ao México
estabilidade política, desenvolvimento econômico, modernização e expansão do
capitalismo dependente (exportação de matérias-primas, dependência do capital
estrangeiro). O porfiriato beneficiou os latifúndios e os investimentos
estrangeiros, sobretudo dos EUA na mineração. A indústria petrolífera mexicana
emergiu nessa época. No entanto, no início do século XX, com o crescimento
populacional e o aumento das desigualdades e da pobreza rural, cresceu a
oposição ao porfiriato: grupos liberais, pressão por reformas democráticas e
agrária, ascensão do movimento operário e sindical. Em 1910 eclodiu a Revolução Mexicana, um movimento
popular que deixou o México mergulhado em uma década de guerra civil,
culminando na instalação de um regime democrático.
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